quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Fim de tarde

 Quando o sol descansa no poente num derradeiro aceno, a sombra da noite, com seu manto, cobre o horizonte. No céu que se apaga, nas cores do crepúsculo uma faísca se lança e na aventura de uma dança corre pelo varal da noite e acende na campina o clarão, o lampião e a lua.

Marcelo de Oliveira Paschoal - 16/10/2020

Paisagem

 No tecido da tarde a brisa risca seu pincel e no azul celeste faz das nuvens uma cortina que desenrola outras cores e convida a noite para um passeio. 

Marcelo de Oliveira Paschoal - 16/10/2020

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A Peteca Sapeca




peteca colorida
Pula, pula sem parar
Sobe e desce com alegria
Ela não para de brincar.

Saltitando elegante
Pega carona nas costas do elefante.
Depois dá giros e cambalhotas
Bagunçando as gaivotas. 

Sempre alegre e serelepe
Voa pelo ar na beira do mar.
Pula e quica na baleia
E depois volta pra areia.

Na floresta animada
Ela faz muita presepada.
Faz cosquinha na velha paca
E foge com a macacada.

Escorrega no pescoço da girafa,
Faz trancinha na juba do leão.
Só não brinca com a garrafa
Que o porco jogou no chão. 

Na cidade grande ou pequena
Ela adora saltitar.
Seja na grama ou na praça
Só não gosta de nadar.

peteca é tão sapeca
Ela não para de girar
Gira firme na varanda
Sempre corre, nunca anda,
Ela não para de brincar!

Quando enfim anoitece
Ela para pra descansar
Sonha sempre que está brincando
E mesmo quando está sonhando
Ela não para de pular!

Bhz, 17 de setembro, 2012
Marcelo de O. Paschoal 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Belô das Gerais


Em tuas ruas

Becos e esquinas

Corre a beleza solta

Na praça, quatro meninas

Estações de luz e graça



O belo de Belô

Na Lagoa, nos montes

No verde e azul das Gerais

Nos versos de Drummond

E das estradas Reais



No belo de Belô

Nasce o papo na esquina

A comida de boteco

A bela morena

E o Clube da esquina



No belo e no horizonte

Nascem os versos de queijo

Nasce a fonte e o beijo

Nasce a fé dos mortais

Na bela Belô das Gerais.


Autor: Marcelo Paschoal

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Poema livre


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

LUA CHEIA




Um dia me disseram que a lua cheia parecia um queijo.
Bem, em Minas, isso pode até ser verdade! Por que não seria?
Ao olharmos para a Lua não somos convidados a imaginar?
Imaginemos!

Não teriam os primeiros mineiros fazedores de queijo se inspirado na lua?
Não teriam eles admirado tanto a beleza nua da lua ao ponto de sentirem um desejo incontrolável de tê-la?
E ao desejarem-na empenharam-se para recriar a bela imagem, de forma que pudessem degustar algo que os remetesse ao céu.
Algo que não fosse apenas imagem, mas fizesse lamber os dedos.
Que tivesse uma textura intrigante. Que de súbito marcasse a lembrança do aventureiro e o fizesse voltar à infância.
Quem sabe um tipo de gostosura transformada que fosse capaz de fazer correr na alma o suspiro de uma noite enluarada.
Uma noite com cheiro de roça, dedo de prosa e café!

Que bela visão! Que delícia de invenção!

É por isso que em Minas a lua nunca é só uma lua.
Ela nunca está só!
Ela é lua enamorada, companheira estradeira, canção e jornada.
É lembrança festeira correndo a ladeira nas Minas do coração.
Em cada canto e recanto é poesia cantada,
Cantarolada, cheia de amor e moda de viola.

Porque em Minas a lua também se veste de queijo!
De dia ou de noite ela dança Catira na mesa caipira.
Por isso que em Minas o queijo também não é só queijo!
Ele nunca está só.
Queijo é beijo branco! É abraço de broa de milho. É café quentinho e cheiro de lenha queimada.
Queijo é mesa farta e cheia de gente.
É gente amiga do queijo, amiga da gente.
É gente doce que gosta de doce e pão de queijo.

Minas é terra de gente que não vive sem lua,
Que faz festa na rua e manda beijo com um pedaço de queijo.
Aqui em Minas o queijo se veste de lua.
Seja em casa ou na rua, queijo brinca de lua cheia, vira prosa no quarto minguante no risco de uma goiabada ou num tasco de doce de leite.
Minas é terra de gente que não vive sem queijo, sem abraço, sem beijo, sem lua.
Um dia me disseram que a lua cheia parecia um queijo.
Eu acho que o queijo é feito de raspa de lua!
Ai que vontade de comer um queijo nos braços de um belo beijo iluminado da lua!


Bhz, 20 de novembro de 2013
Marcelo de O. Paschoal



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Clareou




Clareou.
Abri a janela
Só pra ver passar por ela
Minha vida beija-flor.

Vida que nasce
Buscando flor
Beijando no céu
O mel do Seu amor.

Clareou.
Abri meu coração
Meu beijo esta canção
Seu Mel minha paixão.


Bhz, 29 de novembro de 2007.
Foto: Catarina Regina
Texto Marcelo Paschoal